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julho 02, 2012

Inspiração militar

Um blazer assertoado, cinco segundas-feiras

28/05 ; 04/06 ; 11/06 ; 25/06 ; 01/07


Esta é a segunda vez que visto estas calças com um blazer, já o tinha feito aqui. É certo que o blazer assertoado nasceu na marinha ao passo que as cargo pants são vestuário do exército mas as duas peças conjugam-se muito bem num uso civil. Até as podia ter vestido na semana anterior dado que a combinação blazer double breasted + cargo pants + monk straps é o trio da moda quando se fala de estilo masculino italiano.


Gosto de blazers assertoados mas tem de ser o blazer assertoado certo. No caso deste tipo, e ainda mais do que no blazer clássico, o número de botões, o números de botões verdadeiros e a distribuição destes é crucial. O blazers assertoados caracterizam-se da seguinte forma: nº total de botões / nº botões verdadeiros. Este blazer é um 6/2, é o equivalente a um blazer  clássico de dois botões, e é o blazer assertoado mais habitual. Também é o único que gosto. Existe o 6/1 também conhecido como Kent mas quanto a mim fica com uma lapela demasiado longa e antiquada.


No reverso da medalha certas marcas procuram fazer blazers diferentes (6/3, 4/2 e até 2/1) mas acho que na procura de originalidade só pioram o desenho clássico. Os blazers DB 4/2 ou 2/1 têm um aspecto menos institucional do que o 6/2 mas uma certa rigidez, e até masculinidade, militar é a razão que vejo para optar por um blazer assertoado no lugar de um normal. Os 6/3 pecam pela mesma razão dos clássicos de três botões, uma lapela demasiado curta. Botões 6/3 fazem sentido em trenchs e pea coats não em blazers. Neste post sobre a colecção Gucci SS2013 surgem alguns destes blazers vanguardistas que não me entusiasmam.


Depois do número certo, a distribuição destes é fundamental na beleza do blazer. Os de cima devem estar mais afastados e os quatro inferiores devem formar um quadrado de tamanho médio. Se o quadrado for grande demais a sobreposição dos dois lados fica excessiva, se for muito pequeno as duas linhas verticais ficam demasiado juntas e desiquilibradamente distribuídas no tecido. Este blazer tem a distribuição certa e foi precisamente nisso que eu reparei em primeiro lugar. O facto de os botões serem brancos foi um bónus dado que, como já mencionei, gosto de ver botões claros em blazers escuros.


A camisa de ganga, desde que num estilo clássico como aqui, enquadra-se muito bem neste estilo business casual. Até podia ter colocado uma gravata tricot navy se quisesse um pouco mais de sofisiticação.


3 comentários:

  1. Nada disso. Se a tua definição de sense of style é essa, tudo bem. Ainda para mais, eu digo para não ter medo de fazer figuras parvas, não digo que o sense of style é fazer-las. E sim, há que arriscar. Achas que se na rua passa-se por alguém que se veste normal que eu ia olhar duas vezes? Que ia dizer: "Aquela pessoa tem sense of style!", NÂO. Até porque no arriscar está o ganho e as grandes marcas são privilegiadas pela ousadia que apresentam de colecção para colecção. E ninguem falou em fazer figuras parvas, se as fotos que estão no post são para ti, figuras parvas tudo bem. Mas no meu mundo n~so são e chama-se sense of style.
    Mas pronto, são opiniões, obrigado pelo comentário, gosto de quem pensa ao contrário de mim, faz me pensar porque é que acredito tanto numa coisa.

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  2. Feliz por ver as cargo de volta. Já tinha saudades e são perfeitas para conjugar com peças do mais casual ou com um blaser. Gosto destes visuais "ambiguos", com peças que supostamente não se pertencem, ainda que não sejam visuais propriamente repletos de novidade.

    Gostei bastante de tudo e esse lenço é um mimo.

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    1. Obrigado Alexandra,

      Nem sempre se consegue ou há necessidade de ser original. E concordo contigo, a conjugação de peças de diferentes formalidades é algo que pode resultar bastante bem.

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